Vamos cuscar? 3#

Não sei bem precisar como é que começou esta amizade. Talvez as verdadeiras, nem se explicam. Sentem-se no decorrer dos dias. Sei que descobri que trabalhar em equipa assim, não se chama trabalho. É uma forma de estar que transcende os valores simples de  fazer tarefas e se confunde com os valores mais humanos: o prazer de criar, estar, (rir muito, e às vezes até chorar), num respeito pelo outro e enfrentar os obstáculos com o espírito crítico de se transformarem em desafios, descomplicando o caminho a fazer. E sim, as muitas partilhas e aprendizagens que se fazem.

Na Joana, existe uma riqueza criativa muito grande, que se torna visível nos pormenores da sua pintura e escrita. Nos pequenos detalhes, que compõem o quadro completo. Julgo que muitas vezes essa criatividade a transcende e que os dias de maior "sofrimento" artístico têm a ver com uma qualquer divindade das artes que se apodera naquele momento e a desafia:

"Como é que é? Larga lá o que andas a fazer põe uma tela, uma folha, um pincel, um novelo, uma picareta na mão e faz alguma coisa!"

Uma sensibilidade humana, que não se fica pelas artes e que é palpável no seu dia-a-dia: o respeito pela natureza e pelo ser humano.


Mais de 50 telas feitas. Um segundo livro já publicado e que vai contar, não com um lançamento oficial, o primeiro ocorrido no passado dia 23, mas com dois. O próximo será a 30 ainda este mês, na Biblioteca Municipal da Sertã. Um título e uma história mais do que ternurenta, a adoçar um fim-de-semana do dia da Mãe:





Vamos Cuscar?

Idade: 31

Comidas preferidas: As que o meu marido inventa

Um livro a não perder: Sinto que vou ser injusta com todos os outros livros que são mesmo imperdíveis, mas talvez o livro Siddharta, de  Hermann Hesse. Gosto muito da forma como este livro nos põe a pensar sobre tudo o que podemos ser e onde podemos chegar nesta travessia que é a vida.

1.       Se pudesses convidar alguém famoso (vivo ou morto) para jantar, quem escolherias e porqué?
Só pode ser um? Gostava mais de fazer um banquete com vários convidados, escritores, músicos, personagens de livros! Assim sendo, já que só posso mesmo escolher um,  talvez optasse pelo Fernando Pessoa, assim sempre trazia os amigos (ehehhe). Por ser português, genial e gostar de absinto, tenho a certeza  que seria um jantar interessante.

2.       Faz uma viagem ao passado. O que dirias à Joana Lopes de 16 anos?
Ia dizer: Pára de ouvir Nirvana na função repeat…isso é doentio, miúda!

3.       Em termos da escrita, tudo começou quando ganhaste o prémio de livro infantil do Pingo Doce... ou começou muito antes?
Começou muito antes, o prémio foi a forma das coisas guardadas na gaveta verem a luz do dia.
A escrita teve um papel muito importante durante a minha adolescência, era uma forma de exorcizar todas as coisas que sentia. Nessa fase descobri gostava muito de escrever, acabei por nunca perder esse hábito.

4.       Desligado o telefonema  com a notícia vencedora ... o que se faz, sente, pensa?
O que se faz: continua-se a almoçar, naquele que passou a ser “o almoço mais eufórico da minha vida”.
O que se sente: primeiro, uma explosão de felicidade! Depois comecei a pensar que talvez a chamada não tivesse acontecido e que eu estivesse a sofrer de um surto psicótico ou algo do género :D . Aé ter a confirmação oficial que era a vencedora, dava por mim a questionar se tudo o que estava acontecer era mesmo verdade.
O que se pensa: Quando fui contactada, uma das informações que me deram foi que teria de manter a informação em segredo absoluto. Claro que o meu pensamento no final da chamada foi: A sério que não posso contar a ninguém? Que se lixe, vou já ligar ao meu pai!

5.       Qual o fascínio pelo universo da escrita infantil?
Muitas das histórias que escrevo são inspiradas em memórias de infância, este exercício de recuar no tempo e relembrar vivências e ideias que tinha na altura é sempre bastante divertido. Talvez não lhe chame fascínio, a palavra que mais se adequa creio que é mesmo, diversão. Diverte-me recordar as coisas e escrever a partir disso.
Escrever este tipo de histórias é quase como fazer uma composição de recorte e colagem de várias peças, podem ser memórias, coisas que observo no dia-a-dia, ideias que tenho, todas juntas, dão forma às personagens e corpo ao texto.

6.       As tuas telas também contam histórias. Como é o teu processo criativo na área da pintura?
Depende, não funciono sempre da mesma forma e por isso o meu processo criativo também varia. Posso pintar, porque vi uma imagem que me despertou interesse. Posso pintar, porque li um livro sobre um tema e isso dá-me vontade de explorar ideias em termos plásticos. E muitas vezes, posso pintar só pelo prazer que me dá explorar materiais novos ou técnicas diferentes.
Estes são os pontos de partida, depois, enquanto estou a desenvolver a tela, o processo criativo continua a desenvolver-se a cada pincelada, nas escolhas das cores e das formas. Uma parte que me diverte muito, que tem que ver com o processo criativo e que liga as minhas duas paixões, a escrita e a pintura, é a escolha do título das obras. Acho sempre que este elemento é muito importante, pois pode servir como apoio à interpretação da obra, ou simplesmente, pode existir para promover uma leitura diferente da mesma. Por exemplo, estou a lembrar-me da obra “Bi-God”, que retracta um rapaz de bigode, quando dizemos o título em voz alta soa a “bigode”, esse elemento afirmador da masculinidade, mas quando olhamos para a constituição do título, temos duas palavras Bi e God. A palavra Bi, remete-nos para a questão da bissexualidade e God, para Deus. Assim, um retracto tão simples quanto a aquele, através do título, pode gerar alguma controvérsia. Afinal o que é que o público vai achar que eu quis representar? Jogar com a masculinidade/feminilidade do rapaz que usa bigode? Um Deus bissexual? Brincar com as palavras? Enfim, o título pode ser uma porta para leituras diferentes e isso agrada-me.



7.       Qual foi o quadro que mais gozo te deu fazer? 
Maior gozo…não sei, se me perguntasses qual foi o mais difícil, era mais fácil :D
Acho que gozo acabo por sentir em todas as pinturas, porém, aquela sensação de satisfação só sinto quando a obra está pronta. Durante o período em que estou envolvida numa obra, sinto uma sensação de me desafiar a mim própria, uma vontade de querer que a tela que estou a pintar no momento seja melhor que a anterior.
Este foi o quadro mais difícil, foi muito desgastante e foi a única vez que entrei num tal estado de frustração que comecei a chorar enquanto pintava.
Estava tudo a correr bem, estava a gostar do resultado, mas passado umas pinceladas, começou a ficar tudo horrível. Fiquei tão frustrada que comecei a pintar o quadro todo de preto, quando dei por mim, completamente desgastada, olhei para a tela e pensei: Sim, é isto! É assim mesmo que quero que fique!
E ficou, ficou mesmo assim, não lhe toquei mais, ainda hoje é um dos quadros que mais gosto.






8.       De que quadro vendido, mais te custou despedir? 
Muito sinceramente, nenhum! Adoro saber que as minhas obras estão espalhadas por muitos lugares, aqui e no estrangeiro. Além disso, para mim, vender um quadro significa sempre que alguém valoriza o meu trabalho e gosta do que faço, portanto, é sempre uma sensação boa dizer “adeus” às minhas “crias artísticas”.

9.       E agora este livro novo...  como surge esta história?
A história surge daquele tal processo de recorte e colagem de ideias, memórias e observações.
Esta história é contada aos olhos de uma criança que acompanha a gravidez da mãe. Ao longo do texto somos conduzidos pelas perguntas que a crianças vai fazendo a si própria e pelas respostas inusitadas que encontra para essas perguntas.
Quando escrevi esta história inspirei-me muito no meu sobrinho, de tal forma que alguns dos nomes que aparecem no livro, correspondem a pessoas que existem na sua vida, a educadora Lina, a avó Céu, são exemplos disso. Também me inspirei na forma ternurenta e divertida como ele se expressa em relação ao mundo que o rodeia.

Vamos fazer uma viagem ao futuro. Em termos da escrita e da pintura, o que te deixará muito feliz, num futuro distante?
Vou ficar muito feliz se puder fazer todos os dias estas duas coisas que me fazem sentir inteira, que ao fazê-las possa ter atingindo outros sonhos e ajudado, de alguma forma, o mundo a ficar melhor.
Para mim, a felicidade é uma questão muito pessoal, cada um é feliz à sua maneira. Ficarei muito feliz quando chegar o dia em que simplesmente ao acordar posso escolher se vou escrever ou pintar e saber que, com estas duas paixões, posso ajudar alguém.
10.   Este blog chama-se Penso Rápido – pequenos remédios para as comichões do dia-a-dia. Que Penso Rápido usas no teu dia-a-dia?
A sabedoria da minha avó Céu. Com os seus 92 anos tem uma visão muito própria sobre a vida e, para minha sorte, tem-me passado essa forma de ver as coisas, simplificando, descomplicando, desvalorizando essas tais comichões.


Mais informações sobre a Joana Lopes aqui e aqui. 

Do dia de hoje.

Tenho uma amiga que uma vez me ligou, quase em estado último de histeria, a dizer que tinha uma gerigonça muito melhor do que aquela que cozinha tudo, bastando para tal, enfiar lá dentro um búfalo, um quilo de cenouras, três cebolas e carregar no botão. Aquela máquina que começa com B e termina em Y. 

Respondo-lhe com o mesmo espírito de euforia e histerismo, com o coração quase a saltar dos ouvidos, se era um máquina de passar a ferro. Não era. Era um aspirador autónomo. Pronto. Não é mau para quem tem três filhos como eles, todos pequenos. Mas não era uma máquina de passar a ferro. 

Não tenho muito instintos assassinos mas se os tivesse à flor da pele, seria na altura de passar a ferro que se iríam desenvolver. Enquanto dou cabo da montanha de roupa que teima em crescer, sou capaz de arquitectar planos de invasão de países, de amaldiçoar o monge mais santo que possa existir e por aí fora. Pronto. Está confessado. Eu, um ferro, uma tábua de passar a ferro, uma montanha de roupa e está instalada a terceira guerra ... intergalática. O planeta Terra é para meninos. 

Preservando muito a espécie humana, achei por bem começar a encontrar formas de não entrar nessa espiral de auto e hetero destruição que se me associa, sempre que há vapor a fumegar na tábua. E isso sucede pelo menos, uma vez por semana. Normalmente corro a eito entrevistas que me interessam e ultimamente são programas de rádio que façam rir. Não quero saber de conteúdos. Desde que façam rir e me façam esquecer o que estou ali a fazer, está a paz mundial e universal, garantida. 

Eis que hoje, calho a ler isto:

"O que é que pode fazer imediatamente para mudar o seu estado e, com isso, a forma como se sente e o seu desempenho? Inspire profundamente pelo nariz e expire com força pela boca." Até aqui, sem grandes novidades. Sou grande adepta de andarmos a arfar por aí, sem dó, nem piedade. "Se quer, de facto, mudar a sua vida, assuma o compromisso, para os próximos sete dias, de passar um minuto, cinco vezes por dia, com um sorriso de orelha a orelha à frente do espelho. Vai-se sentir um pouco tolo, mas lembre-se de que, com esse gesto físico, estará a acionar a parte correspondente do seu cérebro e a criar um caminho neurológico para o prazer que se tornará habitual"

"Se quer realmente melhorar a sua vida, aprenda a rir. (...) obrigue-se a rir sem motivo, três vezes por dia, durante sete dias."

"...o riso pode fazer pelo corpo físico, estimulando o sistem imunitário."

"No processo começará a abrir a rede neurológica para criar o riso numa base regular. (...) mudando a nossa fisiologia, podemos mudar o nosso nível de desempenho."  *

Pelos vistos, existem estudos que comprovam que rir, condiciona as nossas respostas neurológicas e nos fazem combater tudo o que não interessa. Por isso, contribuindo para esta grande causa, que me parece tão simples e porque o dia de hoje trouxe um certo colorido cinzento, aqui vai disto. Porque acreditar e rir, continuam a ser verbos desta lado.

Não pirilamparás a mulher do próximo - antidepressivo instantâneo. Nem água precisa.

Reza a história que, nas gravações, a certa altura, a risada em estúdio foi tal, que ficou o artista, sozinho, com a câmara a gravar.





Da vida.

A vida ensina. Primeiro num murmúrio, depois mais alto, até que grita a plenos pulmões.

A vida ensina a respirar. A parar para pensar. A gerir a dor, a frustração, a deceção. A vida mostra e testa a força de cada um. Que o mundo raramente acaba nesses dias. Que os dias de tristeza, são os dias de viragem, haja força, ânimo e confiança para tal. E fé, muita, muita fé.

A vida será um balanço destas forças de cinza e arco-íris e mostra o dinamismo de tantas formas.
Haja abraços verdadeiros.
Haja amizades, amores e a certeza, que um dia, um dia vá bater tudo certo.



Permitam-me a liberdade

Grata pela liberdade de ir pondendo dizer o quero e escrever o que sinto.
Grata por poder manifestar opiniões, convicções e ideias. 
Grata por tantos que lutaram por ela, sacrificaram as suas vidas, as suas famílias, um futuro que seria tão mais fácil se se mantivessem calados, no medo. 

Sim, há muito para fazer mas cabe a cada um agora, fazer também a sua parte. 

Grata por neste dia, poder viver a liberdade maior do amor, sem pressões e angústias de olhar por cima do ombro e pensar se estarei, ou não segura. Um valor que não tem preço. Esquecido por ser adquirido. Grata, muito grata por isso.

Imagem do 25 de abril de 1974.


Imagem do 25 de abril de 2016.








Vamos cuscar? 2#

Foram mais coisa, menos coisa, três anos de turma em comum. Depois cada um seguiu para a continuação dos estudos, por acaso na mesma cidade. 

O Rui fez engenharia em Lisboa e esta foi só a primeira paragem. Envolvido em variados projetos, acabou por se estabelecer em Barcelona. Com uma forma de estar muito própria, descontraída mas seguro de querer ir à procura de respostas por esse mundo fora. Haja perguntas para responder e muitos países para descobrir.

Um questionamento incessante sobre o que o rodeia. Uma vontade de fazer mais e melhor. E pronto. Foi fazer uma mochila e foi só ali dar a volta ao mundo. Literalmente. 

Está prometida uma pizza caseira cá de casa, para o regresso. Ah, esperem. Já regressou. Mas já partiu de novo para o país vizinho. E parece-me, diz-me a intuição, que não se vai aguentar muito por aquelas paragens. O bichinho está lá e tem o tamanho dos muitos lugares que ainda quer descobrir.

Rui, o ninja. Para cuscar, já a seguir.

P.S.1: Ahhh, as respostas do Rui vieram a verde...vá-se lá saber porqué...
P.S. 2: Já disse que ele foi a dois dos meus países de sonho, o Perú e a Austrália? Pois... para a próxima vou na mala. Está dito.


Vamos Cuscar?


Idade: 39
Naturalidade: Zimbabwe
Comidas preferidas: Polvo à  Lagareiro, bacalhau à Brás, frango assado, feijoada
Um livro a não perder: Montanha Mágica de Thomas Mann
Se pudesses convidar alguém para o jantar (vivo ou morto), que personalidade seria e o que lhe darias para comer?
Convidava o Viriato e fazia douradas na brasa con batata, feijão verde e cenoura, cozidos e tudo regado com um bom azeite!


1. Toda esta viagem começou por um sonho. Como começou este sonho?
Começou quando decidi parar um ano da minha vida para esquecer a vida de trabalho regular a que estamos habituados e que me tinha cansado...
O objectivo era sair da rotina e descansar depois de um projecto duro para a Costa do Marfim que foi a gota no vaso na minha vida. No final queria voltar a ser  “mais” eu!

2. Antes da partida, a vida prega partidas. Que obstáculos encontraste?
Conseguir cortar os elos sociais, criados ao longo de anos, para poder ir tranquilo e sem olhar para trás. Elos burocráticos que te prendem à vida de uma maneira que não te dás conta...e que dificultam uma viagem assim.

 3.  O que não te fez desistir?
Nunca me passou pela cabeca desistir... o meu optimismo e o saber estar sozinho sempre foram dois valores que trabalhei ao longo da vida.
Talvez um colega meu que ficou em coma (estava no mesmo projecto que eu) foi suficiente para colocar todas as dúvidas de parte.

4. Relembra-nos:
a)      Quantos países? 17
b)      Quantos meses? 6,5
c)       Quantos voos? Entre paises 19 (com escalas no Gana e regresso à Tailândia), internos como 18
d)      Que país é para repetir? Sao Tomé e Principe, Brasil, Argentina, Bolivia, Nova Zelândia, Austrália, India, Túrquia
e)      Que país não precisas/não sentes necessidade de voltar a ver? Africa Sul e México pela insegurança e USA pela superficialidade


5. Estás no avião, em Lisboa, para a derradeira partida. Para além da mala de porão, o que levava a tua alma e o teu coração?
Fazer algo que mais tarde pudesse dizer que valeu a pena . Sentir que ter trabalhado duro foi por um bom motivo e sentir que a vida e o mundo são demasiado valiosos para que fiques no mesmo local vendo tudo pela TV. No final partir como um português mais...

6. O que ficou por ver?
Por ver ficaram muitas coisas em todos os paises visitados... mas o que vi era o que tinha que ver.
Tens de ser frio ao chegar a alguns paises que sozinhos seriam continentes... viajar também é saber dizer até um dia e partir feliz...

7. Quando, no caminho de regresso, estás quase a aterrar em Portugal, trazes, certamente, muitas lembranças guardadas na mochila de viagem. Que pensamentos e emoções aterram também contigo?
O sentimento de missão cumprida, regressei mais feliz comigo e mais livre mentalmente.
Nada como o presente... esse depende de ti, logo as lembraças são para sempre.

8. Ao chegar, é-se o mesmo, ou ficou uma parte de ti, em cada um dos teus pontos de viagem?
Pensava que não... mas quando chegas olhas para tudo de uma maneira diferente... foram meses longe da vida normal, sem regras, horários, o mundo agora é mais pequeno e a vontade de partir maior. Em cada local fica uma parte de ti com as pessoas que conheces.

9. Tens uma visão global do mundo, mais ampla, depois desta viagem. O que fazer com isso?
Sem dúvida, entendes melhor certas decisões politicas entendes melhor o porquê da religião entendes que as pessoas sao boas na sua maioria... queres ajudar mais  e se possivel colocar o sistema a funcionar para ti ao contrário do que acontece.

10. Imagina que a partida é hoje. O que farias diferente?
Nada! Tudo foi planificado dia a dia sem apoios e o mais expontaneamernte como queria para uma primeira volta ao mundo.
Talvez fiicasse mais tempo na Argentina, Bolivia, Austrália e Turquia.
A logistica depende de ti  e não se trata propriamente de um passeio...


Este blog chama-se Penso Rápido – pequenos remédios para as comichões do dia-a-dia. Que Penso Rápido usas no teu dia-a-dia?
Ser positivo, criativo e ajudar... logo tudo volta.


Rock & Roll  e roda no ar!
























 P.S.4: Para quem quiser saber MAIS desta viagem é só clicar aqui e aqui.

Está tudo bem contigo?

No outro dia, no meio de uma série de sms, das muitas que se vão trocando ao longo do dia, alguém querido, perguntava-me Está tudo bem contigo?

A vontade na altura foi falar sobre o muito cansaço, a falta de tempo para respirar, apreciar as coisas boas, escrever mais, fazer o tão querido yoga e outros mimos

Naquele momento escolhi que o caminho não ia ser por ali. E em vez da enchurrilhada de queixumes saiu:

"Todos os dias são esforços conscientes para que os dias sorriam... até que um certo dia, vai deixar de ser esforço e vai passar a ser natural. Este é o meu mantra atual."

Escolhas. 
Todos os dias há escolhas. 
Milhentas delas. 
Escolhas de sorrir, mesmo em dias de chuva.
Hoje escolho...






Procura-se este senhor

É sábado. Aí não sei mas aqui há sempre muito para organizar e limpar.

Se alguém souber onde encontrar este senhor, é favor enviar mensagem.

Obrigada.




Vamos cuscar? 1#

Há gente extraordinária à nossa volta. Gente que põe a render o seu lado comum, aparentemente banal e que depois lhe dá uma cor, uma roupagem e um toque que nos fazem querer saber mais deles.

E não é preciso abrir revistas cor de rosa. Existem sempre bem perto de nós. De todos os nós.

Começa assim um ciclo de gente que apetece cuscar. Saber mais e sobretudo aprender mais com eles.

A Zita é uma dessas mulheres. Conhecemo-nos há... uma série de anos, quando ainda se andava de mochila e se principiava a começar a sonhar no futuro. Já na altura tinha uma forma tão boa e criativa de pensar os seus dias. Uma apaixonada pela Química. Um dos meus "ódios de estimação". Com ela aprendi a rir-me com as moléculas e átomos e outros seres invisíveis.

Não sei se foi por essa sua paixão pelo que não se vê no imediato, que é sobretudo uma Mulher de Fé. Conjuga assim dois polos tão improváveis: uma Doutorada na área das Ciências e uma Mulher de Fé pensante na religião católica. Pensante porque se questiona, procura respostas e vive de acordo com essa crença. Sem falsos moralismos. Afinal a ciência ensinou a mostrar que as coisas são como são.

Estudou anos na área da Genética e outras coisas que nem consigo explicar (já disse que a Química não é meu ponto forte?). Fez doutoramento com distinção nessa área. Uma apaixonada e basta ver o seu brilho no olhar quando fala dela.

E agora tem uma empresa de brindes para festas de crianças (para ver aqui.Porquê?
Bom, é só ler a seguir.

P.S.1: Esqueci-me só de dizer, dois pequenos pormenores. A Zita com o seu companheiro de vida adotaram, não uma criança, mas dois irmãos gémeos.

P.S.2: E para além de duas crianças, têm adotado, ao longo dos anos, animais, vá-se lá saber porqué, que lhes aparecem à porta e esta família de 4 humanos, conta ainda com 9 cães e 5 gatos. 

Bonito, né?

P.S.3: Para os anos dos meus, encomendei brinquedos simples para as pinhatas e para ofercer aos amiguinhos e recomendo. E não, todo este texto não tem qualquer tipo de patrocínio a não ser o da pura amizade. 



Vamos cuscar?


Se pudesses convidar alguém para o jantar (vivo ou morto), que personalidade seria e o que lhe darias para comer?
Jesus, peixe e pão, LOL. Fora de brincadeira seria mesmo Jesus. O que comer acho que é a parte complicada, deixava que decidíssemos os dois. Estou certa que não se importava de esperar e ajudar a cozinhar. Seria divinal.  :D

Um livro a não perder: Os Maias.

1   A tua área de estudos está muito distante do teu trabalho de agora. Qual a tua área de paixão de trabalho?
Genómica.

2     A certa altura as portas começaram-se a fechar. O que se pensa nessa altura?
O meu primeiro pensamento é; Deus é grande e sabe o que faz. Depois, quando o que Ele faz não tem mesmo nada a ver com o que nós queríamos, bem… chora-se, passa-se por uma montanha russa de pensamento, emoções, e torna-se a pensar, Deus é grande, e vou refilando como filha para o Pai. Mas Ele tem sempre razão! Seja como for, a vida continua e se Deus cuida dos passarinhos também cuida de nós! E cuida mesmo, às vezes as encomendas chegam e é exatamente o que é necessário nessa semana (podia ser um bocadinho mais). Incrível!

3   Felizmente, o ser humano é multifacetado. Como surgiu a ideia da Happy Brindes & Festas?
A ideia foi surgindo, devagar passo a passo, foi crescendo e continua a crescer. Começou pela minha necessidades de encontrar artigos para as festas dos gémeos a bom preço, sem ter de correr uma série de lojas e não poder comprar nada pelos preços elevados. E claro o grande impulsionador foi o facto de após ter terminado o doutoramento, ter ficado no desemprego, sem direito a qualquer ajuda ou subsidio. 
Estrangeiro? Sim, Canadá foi muito falado cá por casa mas a verdade é que estava e está fora de questão pelos meus filhos de 4 patas. Ajudámos muitos animais abandonados e acabamos por ficar com alguns, por motivos de doença ou por não terem “etiqueta” ninguém os quis, ainda bem! Eles são um dos grandes promotores do meu trabalho. 
Porto ou Lisboa?! Sim procurei emprego e depois caí em mim. Como posso desaparecer da vida de duas crianças que agora começam a viver com pai e mãe!? A mãe desaparece novamente e só temos mãe ao fim de semana. Como posso fazer isto a crianças com 5 anos de vida, da qual tem menos de 1 ano com pai e mãe. Não posso, assumi uma responsabilidade de dar a duas crianças uma família “normal”. Deus é grande e vai ajudar. Assim por necessidades economias, (somos 18 boquinhas para alimentar) tinha mesmo de encontrar algo que me desse liberdade de horário pelos miúdos (principalmente pela menina), e me permitisse ganhar algum. Para além do mais, a lida doméstica é muito monótona, nunca está nada realmente feito e louvo quem consegue viver assim, ser domestica, mas eu estava a ficar ainda mais doida! Tive de procurei algo para fazer…  e , vivam as novas tecnologias. Com o YOU Tube, tudo se aprende! Aprendi muito pelo You Tube, passei semanas a ouvir e ver videos brasileiros, na realidade de toda a América do Sul, já falava “brasilespanhol”. Fiz uma formação para trabalhar com balões, e outra de pequenos elementos de decoração, o resto é pensar, imaginar e fazer várias vezes ate ficar o melhor que conseguimos. Em resumo, Deus ajuda MESMO, e a necessidade aguça o engenho! Sou prova disso.

4   O que tens descoberto e aprendido neste teu novo caminho, que nunca imaginaste?
Que Deus realmente ajuda, que há momento muito complicados mas Ele está lá. Que somos capazes de muito, quando temos mesmo necessidade disso. Mas infelizmente também descobri como as pessoas conseguem ser mesquinhas, gananciosas, falsas, e outras características que não importam mencionar, que conseguem ter euros no lugar de um coração. Mas apesar de tudo há gente com coração cheio de amor e no lugar certo e que são capazes de tanto bem!

Descobri que ninguém nasce com um único propósito, que somos mesmo multifacetados, que verdadeiramente “santos da casa não fazem milagres” isto porque quem os conhece não consegue acreditar neles, que é muito complicado VIVER a vida com os planos que a Vida nós dá, que queremos sempre controlar tudo, e todos os planos que a vida tem para nós. 

Aprendi que ser realmente livre, ninguém quer! Isto porque temos uma necessidade incompreensível de nos sentirmos úteis, necessitados, amados, importantes na vida de alguém, respeitados. Isto porque a sociedades nos “envenena” assim que nascemos com que devemos fazer… estudar, casar, ter filhos, de preferência ter um bom ordenado, muita responsabilidade, ser importantes. MESMO? Será que deve ser mesmo assim?! Já há muitos que acordam, parece o “Matrix”, mas é verdade, a vida é tão boa, porque é que temos de complicar tudo? O Homem sofre porque quer! Há sempre o que quer mandar, e os que querem obedecer para não terem de ter responsabilidades. Enfim, em suma tive tempo para pensar, LOL.


5   Qual a parte que mais gozo te dá?
Sem dúvida, ver as fotos que as mamãs enviam das festas dos seus piolhos, com o que fiz. Fico tão feliz que as vezes nem eu acredito! Porque fico feliz com as festas dos outros!? Não sei, mas fico e muito! Ver como as festas ficam mais bonitas, cuidadas, como se sente o carinho de todo o trabalho. A alegria dos miúdos, os sorrisos e as memórias que eles nunca mais esquecem. Isto porque acredito que a felicidade é feita por muitos momentos de alegria (para mim a alegria é a unidade da felicidade, verdadeira alegria) e sinto-me privilegiada de poder contribuir com o meu ganha-pão para momentos de alegria de muitas pessoas.

    Algumas curiosidades:
Qual o produto que mais se vende?
Os sparkles, photo booth e decorações como toppers.

Que pedido já te fez rir à gargalhada?
Tive uma encomenda de uma pinhata, pediram para por a foto de um actor, fez-me mesmo rir porque a foto que enviaram era malandreca e era para um aniversário de uma adolescente.

7    Como imaginas este teu novo projeto a crescer?
Gostava de conseguir ter uma loja online a funcionar, mas o que realmente adorava era poder ter mais alguém a trabalhar comigo. Seria maravilhoso se a Happy&Brindes e Festa desse para nós e crescer para dar emprego a mais alguém.









Das lições

Tenho cá para comigo, que a vida se resume a duas ou três lições, para cada um. Uns complicam mais, outros simplificam. Mas no fundo, fundinho, vai dar ao mesmo. 

Dou comigo a repetir as mesmas palavras, frases que se vão interiorizando até que fiquem coladas. 

Em mais uma reviravolta, esta que me persegue e que se quer impor. Coitada, às vezes não lhe ligo nenhuma. Outras vezes dou-lhe lugar, espaço, tempo para que tome as rédias, daquilo que tão bem sabe ser o melhor, neste caso, para mim.

Segundo o dicionário:
Focar

1- Pôr em foco
2 - Tomar por foco
3 - Fazer convergir para um ponto ou foco (Fìsica).






Próxima imagem daqui.







Ou então aqui. E pode ser na sesta, à sexta, à segunda, à terça...





É sempre tempo

Vê-se isso escrito de muitas formas e feitios. Em tantos livros, frases bonitas e motivadoras.

E será uma daquelas verdades universais que se leva tempo a apropriar e entranhar.

A verdade simples, tão simples de que é sempre tempo de...
começar;
recomeçar;
mudar.

Numa receita simples de vontade, de fé, de focar no essencial, de voltar ao básico, aos nossos e a cada um de nós.





Mas porque é que perguntam?

Quando se faz uma pergunta, calcula-se que seja, porque se quer ouvir uma resposta. Seja ela qual for. Seja cheia de ódios, de amores,  de frustrações ou carregada de sonhos.

Quando se faz uma pergunta, tem que se aguentar com a resposta. 

Quando se faz uma pergunta, terá de haver a hipótese de colocar infinitas hipóteses de resposta. E não só aquela que se quer ouvir ou dá jeito escutar.

Se se fazem perguntas para saber do outro, como está, ou deixa de estar, como corre ou caminha a vida, se está mais preto, branco ou amarelo, à partida, e pode ser ingenuidade deste lado, será porque há interesse pela outra pessoa. Então e depois... fica-se sem mais nada? Uma pessoa responde, dá de si, do seu tempo, da sua exposição mais ou menos pessoal e depois... nada?!?

Quando se fazem perguntas, que seja para se obter respostas e iniciar uma conversa. Porque se não for para isso, calem-se. 

Se não se pergunta para se obter respostas... porque é que perguntam?




Remédios instantâneos

Às vezes, muitas vezes (e porque não...t odos os dias), uma combinação perfeita de:

humor+música+dança+karaoke

Depois disso, dias grandes e pesados, parecem sempre melhor.

Às vezes, levar a vida demasiado a sério, é apenas uma piada.

Como é que isto nunca me aconteceu nas muitas viagens que faço para dar uma boleia?





E também há isto, que é produto nacional. E tão bom.